MONTES CLAROS (por Cecília
Oliveira) – O Programa ATeG AgroNordeste tem mudado a paisagem e o panorama da
atividade leiteira da região Norte de Minas. Coordenado pelo Sistema
FAEMG/SENAR/INAES em parceria com Sindicatos dos Produtores Rurais, ele está
atendendo cerca de 300 pecuaristas de leite nos municípios de Brasília de
Minas, Grão Mogol, Januária, Lontra, Francisco Sá, Icaraí de Minas, Janaúba,
Januária, Juvenília, Montes Claros, Manga, Porteirinha, São Francisco, São João
da Ponte e Ubaí.
Adequação à seca
Em Manga, a fazenda
Primavera vem obtendo resultados satisfatórios na produção diária de leite, com
aumento de cerca de 33% na produção, que foi de 1.200 litros/dia para 1.600
litros/dia. Em 240 dias de assistência técnica, a média de produção por animal
passou de 18 para 23 litros/dia, sendo as melhores vacas com produção de até 30
litros/dia.
Segundo o proprietário
da fazenda, Hélio Seixas Dourado, a seca sempre foi um problema para os
produtores da região, que em alguns meses do ano não têm pastagem em abundância
para o gado. Por isso, ele foi se adequando às necessidades do manejo da
pecuária de leite e há dez anos trabalha com o pastejo irrigado.
“O AgroNordeste veio
trazer uma melhora para minha produção. Sob a orientação do técnico Carlos
César Rodrigues dos Santos, detectamos uma deficiência nutricional da
forrageira por questões de infertilidade do solo. Já melhoramos a adubação com
o uso do esterco da forma correta. Retiramos as vacas de produção de período
elevado, entrando com vacas de bezerros novos, fazemos controle leiteiro,
divisão de lotes, dieta mais concentrada para vacas de maior produção e já
estamos conseguindo melhoria. Com certeza a presença do técnico está somando muito”, disse Hélio.
Aumento de 100%
José Bráz Sobral também
é assistido pelo AgroNordeste. Ele deixou as atividades de comerciante e
professor em um pequeno distrito de Manga para se dedicar à atividade rural.
Ele, a esposa Marcelina e o filho Kedsom estão trabalhando na atividade
leiteira em regime da agricultura familiar. No programa desde março, já
conseguiram elevar a produção de leite de 4 litros/dia por vaca para 6,5
litros/dia no período de seca, produção 100% maior que no mesmo período do ano
passado, quando não contavam com a assistência técnica.
Segundo o técnico
Carlos César, a expectativa da família é de um crescimento ainda maior nos
próximos meses. Eles estão realizando melhorias na alimentação das vacas com da
renovação das pastagens para volumoso e fornecimento de concentrados. A meta do
produtor é chegar a pelo menos 10 litros de leite/dia. E, mais a frente,
comprar mais vacas.
Desafios e satisfação
Para o técnico, que
veio do SENAR de Rondônia, onde o maior produtor de leite atendido por ele
tinha produção de 400 litros/dia, trabalhar com um grupo tão diversificado no
Norte de Minas está sendo muito desafiador, mas prazeroso. “Os desafios são
muitos, como iniciar o trabalho no fim do período chuvoso, o início da pandemia
da Covid-19 e época de aumento dos custos dos insumos. Mas também temos na
minha área de atuação boa qualidade de solo, rios e riachos dentro da maioria
das propriedades, o que facilita o trabalho, proporciona menores gastos com
insumos e melhor qualidade da produção. E o mais importante, a vontade dos
produtores em melhorar sua produção,” finalizou. (Fonte: Faemg/Senar Minas)