Agência Minas
Começa nesta terça-feira (27/10) e
vai até a próxima quinta-feira (29/10), em Janaúba, no Norte de Minas Gerais, o
I Workshop Mineiro sobre Defesa Sanitária Vegetal. O evento é promovido pelo
Instituto Mineiro de Agropecuária e vai contar com palestrantes mineiros e de
outros estados.
Durante os três dias, engenheiros
agrônomos, produtores rurais, entidades do setor, do poder público e
profissionais de ciências agrárias vão debater os impactos econômicos, sociais
e ambientais do ataque de pragas na agricultura, formas de prevenção e
controle.
Além de técnicos do IMA, vão liderar
os debates representantes do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento), FAEMG, Idaf (Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do
Espírito Santo), Abanorte (Agência de Defesa Agropecuária da Bahia e Associação
Central dos Fruticultores do Norte de Minas).
Segundo o gerente de Defesa Sanitária
Vegetal do IMA, o engenheiro agrônomo Nataniel Diniz, a intenção do Instituto
é, a partir desta primeira edição, criar um fórum anual que discuta ações e
políticas públicas para o controle e prevenção da disseminação de pragas na
agricultura mineira.
Combate e prevenção
Sigatoka negra, cancro cítrico,
greening e vespa da madeira, estão entre as pragas mais temidas pelos
agricultores, por possuírem grande poder de causar prejuízo econômico às
lavouras.
Medidas de controle dessas doenças
são feitas pelo IMA por meio de
levantamentos fitossanitários nas propriedades, com a inspeção das plantas e
coleta de amostras para análise laboratorial.
O Instituto Mineiro de Agropecuária
também utiliza outras ferramentas para o controle das pragas. Um exemplo é o
Certificado Fitossanitário de Origem (CFO), documento que garante estarem
livres de pragas plantações de determinadas propriedades rurais, a partir da
constatação in loco por técnicos do IMA.
O CFO é um documento obrigatório para
que algumas culturas possam ser comercializados em todo o território nacional.
Em Minas, o CFO é exigido para banana, laranja, mexerica, limão, uva, mudas de
café, batata-semente e pinus.
Outra medida é a exigência da
Permissão de Trânsito Vegetal (PTV), documento sanitário obrigatório para o
trânsito de produtos vegetais, com o objetivo de prevenir e controlar a
disseminação de pragas dentro de Minas Gerais e entre demais estados.
Além disso, o Instituto fiscaliza,
anualmente, o vazio sanitário adotado para a soja, algodão e feijão. O vazio
consiste em períodos durante os quais fica proibido o plantio destes produtos
como forma de prevenir e combater doenças nas lavouras.
As ações incluem também o controle e
a fiscalização do comércio, do uso e do armazenamento de agrotóxicos, além
da venda de sementes e mudas.
Sob controle
“Podemos dizer que a situação está sob
controle e que, inclusive, temos regiões declaradas como livres da sigatoka
negra, a doença que mais ataca as bananeiras” afirma Nataniel Diniz.
O gerente de Defesa Sanitária Vegetal
do IMA ressalta ainda que, hoje, em Minas Gerais, existem 86 municípios
incluídos na área livre de sigatoka negra, entre eles Montes Claros, Jaíba e
Janaúba, no Norte do estado.
Diniz explica que a escolha de
Janaúba para sediar a primeira edição do workshop justifica-se pelo fato de o
município constituir um polo importante de produção agrícola, principalmente de
banana.
Segundo dados de setembro de 2015, da
Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Janaúba
é o segundo maior produtor de banana de Minas Gerais atrás apenas do município
vizinho de Jaíba.
Este ano já foram produzidas em
Janaúba 55,8 mil toneladas de banana, em uma área de 2,8 mil hectares.
A produção banana é expressiva no
estado e Minas ocupa o terceiro lugar no país, com 815 mil toneladas por ano, o
que corresponde a uma participação de 11,4% da produção brasileira.
A região Norte de Minas produz 412,8
mil toneladas de banana, representando metade da produção estadual.
Parceria
Participam da realização do I
Workshop Mineiro sobre Defesa Sanitária Vegetal, juntamente com o IMA, a Seapa,
o Mapa, Sindicato dos Produtores Rurais de Janaúba e Abanorte. O evento tem o apoio do Sebrae-MG, Sindicato dos Produtores
Rurais de Janaúba e da Associação dos Compradores de Frutas do Norte de Minas
(Frucom).
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