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Produtor mineiro está no limbo, diz engenheiro agrônomo
16/02/2017
 

O Estado de São Paulo

O engenheiro agrônomo Pierre Vilela, do INAES, entidade ligada à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, avalia que a seca que assola o Estado há três anos, especialmente nas regiões norte e noroeste, está tendo o lado positivo de despertar a consciência do setor agrícola para a questão da conservação dos recursos naturais. “O solo, a água e o sol são partes intrínsecas do processo da agricultura”, observa. “Mesmo na região do cerrado, onde existem dois períodos de chuva por ano, não se via essa realidade de seca. Isso aflorou a consciência das pessoas para seu capital natural.”

Ele conta que nos vales dos Rios Urucuia e Paracatu a demanda de água é maior que a oferta, o que tem causado conflitos. O Urucuia era o rio preferido de Guimarães Rosa. “O noroeste tem condições para duas safras por ano, mas você vê que muitos pivôs estão parados por falta de água, não têm uma segunda safra.” O cenário atual não condiz com o status que Guimarães Rosa deu ao Urucuia. “Rio meu de amor é o Urucuia”, relatou Riobaldo.

Vilela observa que um terço do território mineiro é de vegetação natural e dois terços são ocupados por agricultura, cidades, estradas, pecuária e mineração. Ele afirma que a área de lavoura não tem problemas de irrigação ou degradação. O problema está nas pastagens, que além de degradadas têm baixíssimo nível de ocupação, pois não conseguem mais abrigar o gado. “Um estudo sobre as pastagens de Minas mostra uma realidade dramática: o rebanho no Estado caiu 50% por causa da seca e problemas no pasto. Temos cerca de 25 milhões de hectares de pasto: 75% se encontram em estado de degradação avançado.”

Vilela destaca que o chamado “grande produtor” em Minas tem em média mil hectares de terra. No Centro-Oeste, o “médio produtor” tem cerca de 5 mil hectares. Segundo ele, desde a extinção da Embrater (Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural), voltada aos médios produtores, há um vazio e parte considerável do setor em Minas ficou no “limbo”. “Não incorporou tecnologia e inovação. O capital se esgotou e ficou mais rentável arrendar o terreno para a soja e a cana ou vender. Até o capital natural foi perdido.”

Uma mudança de consciência do setor ficou evidenciada, segundo ele, com a elevada adesão dos produtores mineiros ao Cadastro Ambiental Rural, um sistema criado pelo governo para auxiliar na regularização ambiental de propriedades e posses. O setor passa por um processo para se adequar à legislação, especialmente na recuperação de matas ciliares, ocupadas por “negligência” do governo ou “autorização” de um tempo em que a legislação era apenas “peça de papel”. “Todos estão interessados em rever seus conceitos em relação à conservação de seu capital natural”, diz. “Temos desenvolvido vários projetos para que a informação chegue ao produtor. Eles querem conservar, mas é preciso saber como. Às vezes não é necessário grande investimento em recuperação de áreas, mas de tecnologia.”

 

Fonte Original: FAEMG

 
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