Viviane Santana, de Uberaba
A técnica de construir barraginhas
ensinada pelo Senar Minas dá a possibilidade de reabastecer melhor as
nascentes, proporcionando mais qualidade de vida para os produtores e suas
famílias, aumenta da disponibilidade de águas para a produção, além de cumprir
papel ambiental.
Os benefícios são inúmeros: ajudam a
evitar erosões, aumentam a recarga dos lençóis de águas das áreas de coleta,
alimentam os mananciais e asseguram o abastecimento de água nas áreas rurais,
causando efeitos positivos para toda sociedade e para o meio ambiente.
No período em que antecede a época de
chuvas até o começo delas é o momento ideal de se pensar em implantar as
barraginhas em propriedade rurais e áreas próximas às urbanas que precisam de
contenção de águas superficiais originadas das chuvas.
A técnica é simples, mas precisa de
conhecimento e planejamento para ser implantada. “É necessário fazer
preliminarmente um levantamento da área de abrangência da construção,
determinando os locais que irão contribuir com as lâminas de águas pluviais que
deverão convergir para as barraginhas. Para isso, busca-se estudos de
precipitações máximas citados por prefeituras, empresas de assistência técnica
e de desenvolvimento.”, explica José Maurício de Gois, instrutor do Senar.
Ainda segundo José Maurício, de posse
desses dados, parte-se para a localização e a definição do número das
barraginhas que serão construídas. O tamanho vai depender da capacidade de
contenção, visando evitar as perdas de águas para estradas, córregos, rios e
represas.
Capacitação
Em Limeira do Oeste, o Sindicato
Rural e o Senar Minas contaram com o apoio da prefeitura, que cedeu as
retroescavadeiras, para promover a capacitação. “A turma foi formada por oito
participantes que já têm conhecimento em operação de retroescavadeira. A demanda surgiu porque muitos produtores
reclamavam de áreas com erosão em suas propriedades e estradas. Com esta
capacitação será possível melhorar a visão do que fazer para conter as águas
nas propriedades e solucionar diversos problemas”, comentou o mobilizador
Vanderlei Queiroz Pereira.
Em Limeira do Oeste, “as barraginhas
foram construídas em um ponto crítico, onde as águas, por falta de contenção,
atingem diretamente a área rural, levando, além do excesso de água, dejetos de
animais, causando muitos transtornos às famílias rurais”, complementou José
Maurício.
O investimento para a construção da
barraginha é pequeno, quando se medem os benefícios. “Sem o curso eu não teria
nenhuma noção de como fazer a barraginha, de como fazer o cálculo para saber o
quanto de chuva se pode armazenar; como estimar o volume de água depositada.
Foi muito interessante participar desta capacitação, também porque pode ser uma
oportunidade de novos trabalhos”, disse Israel Antônio de Oliveira.
O jovem Dhiovani Isenco Covizzi, de
20 anos, operador de máquinas agrícolas e, junto com o pai presta serviço na
locação desses equipamentos, gosta de operar a retroescavadeira pela utilidade
que tem dentro das propriedades.
“Já fiz vários cursos de operação de máquinas
com o Senar. Ao passar pelos cursos a gente absorve muitas informações, capta
diversas instruções me ajudam a aprimorar meus conhecimentos profissionais.
Antes do curso, eu pensava que era só abrir um buraco, mas não. Temos uma série
de contas e o jeito certo de fazer”, comentou.
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